Será que é autismo?

O aumento do número de crianças com hipótese diagnóstica de autismo tem aumentado nos últimos anos. Será que temos mais crianças autistas do que no passado? Como saber se uma criança tem autismo? o que é mesmo o autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais comumente chamado autismo, é uma condição comportamental complexa, na qual as crianças apresentam dificuldade na comunicação e na sociabilização, além de interesses restritos e comportamento repetitivos. Possui início precoce, ou seja, logo nos primeiros anos de vida é possível notar alguns sinais do transtorno e pode comprometer a vida dessa criança por toda sua vida.

Vale lembrar que, de acordo com o DSM-V, o transtorno engloba várias condições do neurodesenvolvimento além do autismo, tais como: Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno Global do Desenvolvimento Não Especificado (autismo atípico). Essa inclusão aconteceu não para uniformizar o diagnóstico, uma vez que cada criança que tem o espectro é única e o tratamento também será único, mas para facilitar o acesso e direitos dessas crianças a ele.

Não se sabe até o momento qual a causa do autismo. O que as pesquisas mostram é que há fatores genéticos e ambientais envolvidos e até o momento não há um exame, um marcador biológico que possa dar o diagnóstico. A avaliação clínica, envolvendo avaliação da criança e da família, avaliação escolar, testes e escalas complementares são os métodos diagnósticos atuais para saber se a criança tem ou não o TEA.

Devido ao seu início precoce, os primeiros sintomas tendem a ser percebidos pelos pais. Estudos mostram que o atraso na linguagem e na comunicação são citados como algo diferente percebido pelos pais. Mas o TEA tem outros sintomas tais como repetição de movimentos, pouco contato visual, interesses restritos nas atividades (inclusive em relação ao repertório alimentar) e também pode haver questões referentes ao aspecto motor e ao padrão do sono. Um fato que pode acontecer também é a regressão, ou seja, quando a criança já havia adquirido uma habilidade e essa se perde sem motivo.

O tratamento varia com cada caso. O ideal é que haja a elaboração de um plano terapêutico que pode incluir uso de fármacos, terapia ocupacional, psicoterapia, fonoaudiologia, mediação escolar, educação física, nutricionista, psicopedagogia e outros. Os profissionais envolvidos dependeram da demanda da criança. Cada caso sempre é único.

A precocidade no diagnóstico é fundamental. Mesmo que o médico não o “feche”, a intervenção deve ser realizada o mais rápido possível, ou seja, não há necessidade de se esperar um laudo para que a criança passe a ser assistida no que precisa para o seu desenvolvimento melhorar e para que se trabalhe suas potencialidades. As dificuldades no processo diagnóstico se dão por diversas razões, entre elas, a variabilidade dos sintomas do TEA (que podem ser confundidos com outros transtornos ou mesmo a criança pode ter dois ou mais transtornos juntos dificultando uma precisão diagnóstica), às próprias limitações dos métodos de avaliação, uma vez que não há marcadores biológicos, à falta de profissionais e serviços especializados.

Aliado ao tratamento, os grupos de apoio são de extrema importância nesse momento. Podem ser presenciais ou on-line e ajudam a família a compreender melhor o momento que estão passando, ter maior entendimento sobre a dinâmica de outras famílias, aprender mais sobre o assunto além de ter um acolhimento, que é fundamental nos momentos mais difíceis. O Espaço da Maternidade está aqui para prestar esse acolhimento, com muito carinho e disposição!

 

 

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